Este texto, gostaria de deixar claro desde o princípio, é
completamente despojado de qualquer ínfima pretensão literária. Está sendo
simplesmente “vomitado” mesmo, pouco se atentando à sua forma, ao seu estilo,
etc... talvez fique meio deslocado aqui, tendo-se em mente o intuito principal
do blog, mas é uma questão tão somente de aproveitar este espaço para
“utilidade pública” (agora sim, não literário, mas eis um toque de pretensão!). Ou tão somente para um solitário desabafo
mesmo.
Enfim... venho por meio deste texto fazer um apelo a todos
vocês, meus caros amigos internautas.
Bem, o caso é que
esta nossa velha e boa internet, esta imensa rede na qual flutuamos (e muitas vezes flatulamos) hoje em dia, essa dimensão paralela na qual vagamos diaria e
meio distraidamente, bem sabemos tem lá seus prós e contras, e, como se diz,
tudo depende do modo como fazemos uso dessa ferramenta – e blá blá blá...
Pois, eis a questão que tem me incomodado bastante, que
tanto me intriga, e que quero partilhar aqui:
Com tantas maravilhas à nossa disposição, por que diabos
insistimos em fazer um uso tão precário desse universo de possibilidades???
Se por um lado, sendo extremo, poderia citar, por exemplo, o
norte-americano Nicholas Carr que sugere em seu livro “A geração superficial: o
que a internet está fazendo com nossos cérebros” que devido à maneira como
obtemos a informação na internet, estamos ficando ainda mais burros, pela
superficialidade das mesmas, assim tornando essa ferramenta uma faca de dois
gumes, ao menos temos hoje acesso a mais informação e a questão que abordo aqui
não é nem essa superficialidade em si, mas o fato de o pessoal IGNORAR até
mesmo essa informação, ainda que superficial, em detrimento a outras
“informações”, essas, além de superficiais, simplesmente, digamos, fúteis.
Somos – falo aqui por nós, brasileiros – um povo atrasado,
culturalmente, politicamente, historicamente, em termos de educação, etc, em
relação a outros povos mais “desenvolvidos” – como, digamos, só para
exemplificar, a maioria dos povos europeus.
Sem babação de ovo e pagação de pau; isso é um fato. É uma
questão que também diz respeito, claro, à idade
de um povo, seu tempo de existência mesmo...
Pois a internet coloca à nossa disposição a possibilidade de
encurtarmos centenas – ou até mesmo milhares – de anos de distância e
equilibrarmos um pouco essa balança! Temos quase tudo ali.
Claro, nem precisaria dizer que é necessário se saber
selecionar, “filtrar”, a informação desejada, mas ok!, aproveito (como diria Paulo Freire, "é óbvio; mas o óbvio às vezes também precisa ser dito", ou algo assim; vá pesquisar pra ver se ele disse mesmo isso) e – que conste
dos autos – acabo de fazê-lo.
Pois dito isso, repito: temos um mundo de informações ao
alcance de um clique, informações que perdemos nos tempos de colégio quando
queríamos mais era bagunçar no fundão ou jogar bola, quando na adolescência
estávamos mais preocupados em namorar, festejar e seguir jogando bola ou
assistindo o jogo de bola, ou fazendo outras mil coisas mais divertidas à época
– e outras não tão divertidas na sequência da vida, como, por exemplo,
trabalhar – e, ok, era assim que devia ser!, foi realmente divertido, valeu, e
provavelmente faríamos do mesmo jeito de novo se pudéssemos voltar atrás e
escolher – e não quero pregar o fim da nossa diversão; não, por favor!,
obviamente não vamos deixar de fazer nada do que gostamos – ou do que
efetivamente precisamos, como trabalhar – e vamos continuar normalmente namorando e
jogando bola e assistindo ao jogo de bola, e também trabalhando e fazendo todas
as nossas outras coisas de gente grande, enfim...
Mas o caso é que hoje podemos recuperar todo aquele tempo
perdido!! Basta flagrarmo-nos – o que, bem, na verdade, já não é fácil, afinal,
como bem mostra, aliás, a própria internet, atualmente somos todos gênios e
temos tanto a dizer – dessa nossa ignorância e desinformação. Um pouco de
humildade, portanto – outro artigo raro no mercado. E, claro, vontade. Vontade
de aprender, vontade de evoluir. É, não é fácil: noção da própria ignorância,
humildade, vontade... por isso este apelo desesperado. Pois no mais, acesso às
informações, ao menos acesso àquelas informações que circulam na internet hoje
em dia quase todo mundo tem.
Informações as quais, sem acesso à rede, teríamos que garimpá-las
gastando enormes somas em livros, deslocando-nos a bibliotecas, correndo –
literalmente – atrás... pois agora está tudo ali, na nossa frente: história,
geografia, política, filosofia, religião, física, medicina, tudo prontinho,
explicado, reexplicado, uma versão, duas, três, a oficial, a não-oficial,
tudo...
Pois aqui vem o meu apelo: Por favor, FAÇAMOS MELHOR USO
DESSA FERRAMENTA, PORRA!!!
Aproveitemos para correr atrás e nos informarmos!! Ler. LER
mais! Se não nos livros, na tela do pc mesmo – tem quem prefira assim hoje em
dia... enfim... pois então façamos assim. Mas façamos.
LER. LER. LER!!
Estudar! E não só a gurizada lá do colégio. Também nós.
“Velhos”. Adultos. Leiamos. Informemo-nos. Não aceitemos o que nos dão
mastigado. Contestemos. Não aceitemos o que a mídia tradicional nos mostra no
telejornal ou no diário em papel... não aceitemos o que os filmes (e séries, e
livros) hollywoodianos tentam nos empurrar goela abaixo...
Leiamos. Estudemos. Informemo-nos.
Repito: é um apelo desesperado!!
Sim, pois me desespera ver toda essa informação hoje ao
nosso dispor e a nossa gente ignorando-a solenemente, fazendo esfumaçar três ou
quatro horas dos seus dias – todos os dias – bisbilhotando a vida alheia em
alguma rede social e continuando sem saber os porquês das coisas que realmente
importam neste complexo mundo no qual vivemos – não que a internet vá fazer
isso por nós, mas talvez já nos ajude a ao menos sair da “estaca zero”, na qual
a maioria de nós se encontra...
Sim, sei que isso tudo talvez tenha a ver simplesmente com “pensar
grande”, “pensar pequeno” – e não me refiro aqui a “ter sucesso”, ter dinheiro,
ter poder, etc (embora, claro, não se possa ignorar completamente essa
relação...) – e talvez seja impossível incutir o “pensar grande” para quem vive
numa redoma de vidro, dentro de uma espécie de Big Brother ou “Show de Truman”
da vida. Provavelmente eu mesmo, que estou aqui bradando tudo isso, esteja
dentro dessa redoma também... mas creio que, humildemente, treinando pouco a
pouco os olhos, começo a enxergar, ainda que meio embaçado, algo lá fora.
E, de qualquer modo, eu brado, mesmo que eu esteja condenado
a viver aqui dentro, brado para talvez mexer com os brios de alguém com um
potencial maior, alguém que consiga fugir dessa nossa prisão e quem sabe volte
um dia para nos salvar: informemo-nos para sabermos ao menos por que cargas
d´água estamos indo para uma mobilização na rua, por exemplo, pelo que
efetivamente estamos protestando, e não corramos o risco de virar massa de
manobra, e um dia talvez no futuro, com cara de bobos, dizermos “ah...”,
concluindo que não era nada daquilo que pensávamos – ou não pensávamos, mas
tinham nos dito – e nos arrependermos.
Enfim, é tudo que peço a você, amigo internauta.
(Agora, ok, pode
voltar pro seu game – cuidado! Um inimigo atrás de você!! Olha aí; não diga que
eu não sou amigo e não avisei – ou pra sua rede social pra fuçar a vida da
Suzimara da esquina – aquela vagabunda!...)