quarta-feira, 29 de abril de 2015

25ª Feira do Livro de Caçapava do Sul (com mesa redonda e sessão de autógrafos do "Minha Camisa Vermelha")

E por falar em Feira do Livro, a 25ª edição da de Caçapava do Sul também está começando, no próximo dia 1º de maio.

Para quem estiver passando por aquelas bandas, no domingo, dia 3, temos (estamos) na programação: mesa redonda com os escritores Athos Miralha da Cunha, Diego Hahn, José Luiz dos Santos, José Mauro Batista, Luiz Hugo Burin e Tânia Lopes debatendo “A essência da crônica e o conto coletivo”, às 19 horas.

E na sequencia, às 20 horas, mais uma sessão de autógrafos do "Minha Camisa Vermelha".

sábado, 25 de abril de 2015

42ª Feira do Livro de Santa Maria (com sessão de autógrafos do "Minha camisa vermelha")


Está começando hoje, com o tema "Vire a página para virar realidade", a 42ª edição da Feira do Livro de Santa Maria (RS), cuja patronesse este ano é fundadora da Casa do Poeta de Santa Maria (CAPOSM) e integrante da Academia Santa-Mariense de Letras, Haydée Hostin Lima.
 
O homenageado desta edição é José Newton Cardoso Marchiori, autor de 20 livros e professor do curso de Engenharia Florestal da UFSM. O homenageado póstumo é o escritor, poeta e compositor Vinicius Pitágoras Gomes (1933-2013).

Entre os bate-papos da programação do projeto Livro Livre, destaque para as presenças dos cartunistas Alexandre Beck, criador do Armandinho, e Iotti, do Radicci; do músico e escritor Thedy Corrêa; dos autores de literatura fantástica Eneias Tavares, André Cordenonsi e Nikelen Witter; do jornalista da Globo News André Trigueiro; além do secretário de Cultura do Rio Grande do Sul, Victor Hugo.

Também fazem parte da programação apresentações da Orquestra Sinfônica de Santa Maria e da Orquestra de Brinquedos, que trará um espetáculo com músicas tocadas por instrumentos de brinquedo.


E, entre as tantas e boas sessões de autógrafo, destaque, claro, para o "Minha camisa vermelha", amanhã, domingo, às 17:00 horas.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

"Clareiras" e "Assim como" (por - e em memória de - Ruth Larré)

 
Ainda que passados alguns dias já do repentino e triste acontecido - e após procurar aproveitar o período exatamente para processá-lo da melhor maneira possível - , não poderia deixar de registrar em algumas palavras aqui esta pequena homenagem à Professora Ruth.

Ao escrever o último texto do ano passado aqui no blog, fantasiava de certa forma estar expurgando futuros acontecimentos do gênero, mas a verdade é que custamos a entender que o calendário, como costumeiramente o concebemos, não passa de uma mera ilusão (quando não se torna, como nesses casos, uma desilusão, ao vir um dia de repente nos cobrar as folhinhas arrancadas...) e a vida, com todo seu conjunto de fenômenos naturais e metafísicos, alguns sempre difíceis de se entender, seguirá em frente, inexorável, independente das promessas e encantos aos quais nos apegarmos de tempos em tempos.
 
E ok, não vou citar desta vez aquele poema de John Donne, do qual tanto gosto, embora pense nele novamente neste instante, devido ao nosso mundo ter ficado um pouco menor e por ouvir os sinos dobrando mais uma vez por todos nós aqui neste cantinho do interior do sul do país...
 
O caso é que na parede da casa de nossa família há quase duas dezenas de anos paira um quadro ilustrado por minha mãe no qual consta, entre algumas colagens (fotos de jornais, mostrando flagras do cotidiano de comunidades miseráveis de nossa sociedade, estilizadas com tinta sobre elas), a seguinte frase:

"Ruim é lembrar o gélido abandono dos que se aquecem em raiva e revolta na promiscuidade da miséria".
 
O quadro é resultado de um desafio de um curso de pintura, no qual cada artista deveria criar uma obra baseada em um trecho de um livro. Pois esse trecho que serviu de tema para o quadro, minha mãe o pegou emprestado à época de um texto de autoria exatamente da Professora Ruth.
 
Mas, embora cruzasse com aquela sua frase diariamente por um bom pedaço da minha vida, eu ainda não conhecia a Professora pessoalmente até cerca de 4 ou 5 anos atrás, quando tivemos nosso primeiro contato num curso de Arte Declamatória, ministrado por ela e pela Professora Aristilda Rechia, e que teve lugar na Biblioteca Municipal de SM.
 
E  a última vez que vi a Professora Ruth foi no início da tarde de um sábado de sol, há uns meses atrás. Conversamos por alguns bons minutos na esquina da Floriano com a Venâncio (detalhe engraçado: um amigo - o Juba - passava de carro por ali e, ao nos ver conversando, gritou da janela algo do tipo "Aí! Agora talvez tu aprenda a escrever, hein!??...").
 
Sempre ouvira falar na tal Professora Ruth Larré, que era praticamente uma lenda viva do português e da literatura santamariense, mas fui surpreendido após o concurso de arte declamatória que aconteceu após a conclusão daquele curso na biblioteca com uma performance sua para o público presente, com uma declamação ao mesmo tempo divertidíssima e emocionante, que deixou a todos extasiados - e que mereceu, obviamente, uma pequena standing ovation. Ali percebi que não estava diante tão somente de uma ótima professora de língua portuguesa e literatura, mas de uma verdadeira artista (nem sabia então - e na verdade só soube mesmo recentemente - que ela tinha mesmo também no seu vasto currículo incursões de atriz no teatro e no cinema).
 
Só não precisávamos dessa última arte, claro...
 
Lamento, portanto, além de pela óbvia perda gigantesca da pessoa e da profissional, egoisticamente também, por não poder mais trocar impressões literárias com a Professora Ruth, não poder mais ter o prazer de ler novos textos seus ou saber que ela leu alguns dos meus, num intercâmbio literário intergeracional que muito me honrava...
 
                      A Professora prestigiando o lançamento do meu primeiro livro, na Feira do Livro de Santa Maria de 2012
 
Mas, como sempre acontece nesses casos, ainda nos restará sempre um consolo "mágico": o de poder "reencontrá-la" na estante de casa, onde seguirá, com seu jeito amável e carismático, dando uns toques pra gente.

 
Clareiras
 
Se, depois de tanto tempo,
depois dos desgastes da rotina,
depois do rosto vincado,
do corpo transformado,
das penosas asperezas do caminho,
ainda se abrem clareiras
de ternura
e sopram doces aragens
de paixão,
ah!
é assim que
Deus me mostra
uma certa visão
do paraíso.
 

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Assim como

 

Assim como assinalo
no livro do poeta
os poemas que mais me encantam,
os versos que mais me arrebatam,
 
quisera marcar
no livro da vida
cada momento de êxtase,
cada fulgor de grandeza,
cada minuto de comunhão e amor.
 
E ler de novo.
E ler de novo.
E ler de novo.