sábado, 16 de abril de 2016

Fragmentos de reflexões (por Diego T. Hahn - citando "vários")


Bom, talvez por preguiça - ou medo! (Brincadeirinha) - de emitir aos quatro ventos virtuais uma posição pessoal escrita (e já que, também, considero que esta vale ouro e procuro então não desperdiçá-la assim no mais) pública, oficial e definitiva (como alguns conseguem com tanta facilidade??, na verdade me pergunto...) a respeito de "tudo isso que está rolando aí" (e principalmente para não soar repetitivo, até porque quase tudo já foi escrito e reescrito por todos especialistas ou pseudo-especialistas ou meros reprodutores de notícias, opiniões e mesmo boatos...), vou fazer também eu, meio calhordamente, exatamente isso: simplesmente citar aqui resumex de algumas passagens (de textos, entrevistas, notícias, etc, algumas de umas figuras que pensam mais ou menos como eu, mas que analisam e escrevem bem melhor! - Ok, tem também uma - genial (e internacional) - intervenção direta minha...) que li ou ouvi aqui e ali recentemente e que julgo interessantes para uma reflexão mais ponderada de todos nós (correndo o risco de chegar atrasado, é verdade, pois talvez você só venha a ler isto pós-fatídica-votação-do-impeachment mesmo, mas, enfim, que sirva ao menos um tantinho para que futuramente não nos demos conta, com um sorriso meio amarelo, que "Putz, me enganaram...", ou, pior, "Putz, ME ENGANEI!..."):


Antonio Prata, escritor, sobre dúvidas:

"...'Eu realmente não consigo tomar nenhum lado', confessei. 'Eu também não', disse a Marina. 'Mas será que tem lado? Talvez achar que tem um único lado a ser defendido seja o que justifica as barbaridades de todo mundo. É errado o Lula frequentar um sítio reformado de graça por empreiteiras. É errado a Justiça fazer a condução coercitiva do Lula enquanto investiga o sítio. É errado colocar o Lula de ministro pra fugir da Justiça que o submete a coisas como a condução coercitiva. É errado vazar os grampos do Lula pra imprensa porque ele virou ministro. É um erro alimentando o outro. Enquanto isso, o país sangra e as pessoas piram. Aonde é que vai parar?'
'Você pensa em fazer o quê, Marina?'. 'Já disse que eu não sei. Mas eu tô assustada. Eu não quero que, tipo, daqui a uns seis meses, um ano, aconteça uma desgraça e eu olhe pra trás e veja que eu tava de braços cruzados. Tá meio fevereiro de 1964'. 'Meio Venezuela'. 'Total Venezuela'. 'Cê acha que vai rolar alguma desgraça? Cê acha que vai ter golpe militar? Guerra civil?' Sei lá! Mas o clima tá péssimo e só piora. Teve um pau no WhatsApp da família. Meu tio petista brigou comigo porque eu disse que a Dilma afundou o país e meio tio tucano brigou comigo porque eu disse que os anos Lula foram os melhores da história do Brasil. Ele disse: 'Mas isso não justifica a corrupção do PT!'. Eu disse: 'Claro que não! E o Fernando Henrique estabilizar a moeda também não justifica comprar a emenda da reeleição! E a emenda da reeleição não cancela tudo de bom que o Fernando Henrique fez. Ninguém é santo, ninguém é monstro. Nada é tão preto no branco, nada é tão vermelho ou amarelo."

(Texto "Nada é tão vermelho ou amarelo" na íntegra: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2016/03/1752017-nao-e-tao-vermelho-ou-amarelo.shtml)

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Cláudia Laitano, jornalista, sobre os "extremistas" ao nosso redor (aqui, ao nosso lado!) e a necessidade de a uma certa altura se tomar coragem e dizer para eles "Peraí; não é bem assim...":
 

"...Devo deixar que os outros façam os discursos mais delirantes até que esvaziem o pote até aqui de mágoa que trazem no estômago, evitando assim um bate-boca ou um mal-estar, ou sou moralmente obrigada a romper a ladainha com um singelo 'não é bem assim', 'isso seria crime', 'na democracia isso não é permitido'? A partir de que momento o silêncio deixa de ser neutro para tornar-se covarde ou cúmplice?
Nos últimos tempos, a violência verbal, dentro e fora dos táxis, deixou de mirar apenas os 'suspeitos de sempre' - bandidos, políticos, torcedores do time adversário - para se espalhar para um grupo maior e mais difuso: gente mais rica ou mais pobre, mais à direita ou à esquerda, vizinhos, conhecidos do Facebook. Em um contexto de insegurança e instabilidade, é fácil ceder à impressão de que estamos em guerra com o resto do mundo e que portanto todas as reações, mesmo as mais irracionais, se justificam. Afinal, estamos defendendo nossa cidadela - a família, o emprego, as ilusões.
Nesse ambiente, acalmar os ânimos mais exaltados e chamar o interlocutor, real ou virtual, à razão talvez tenha deixado de ser uma opção para tornar-se um imperativo ético."

 Texto "Pedras e Setas" na íntegra: http://www.scoopnest.com/es/out/?url=https://t.co/cGHnh3sSTa&id=708321805178642432 )

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Novamente Antonio Prata (fera), agora sobre autocrítica:

"Se aqueles que, como eu, se identificam com muitos ideias da esquerda fizermos vista grossa pros descalabros petistas, não teremos moral para acusar o Ministério Público de fazer vista grossa para os descalabros da oposição.
Outro dia, um amigo veio me dizer que a autocrítica da esquerda era fundamental, mas que agora não era o momento. Acho que ele se equivoca não só eticamente como taticamente. Eticamente, é claro, pois não existe nenhum momento em que possamos compactuar com o crime, a burrice e a incompetência. E taticamente, pois o silêncio da esquerda em relação aos crimes, burrices e incompetências durante o tempo em que o PT está no poder passa a ideia de que a esquerda compactua com a corrupção e o malfeito, de que a corrupção é um mal da esquerda, só da esquerda e que eliminar a esquerda, por meios legais ou ilegais, é o Emplasto Brás Cubas que sanará todos os males de nossa melancólica humanidade - é esse o pensamento que põe a classe média diante da Fiesp e o Bolsonaro nos ombros da multidão.
Sim, há um golpe em curso: um Congresso podre, capitaneado por sua figura mais nefasta, Eduardo Cunha, move um processo de impeachment, em nome da legalidade, para entregar o país nas mãos da Cosa Nostra tupiniquim, o PMDB. (E o PSDB, cujos escândalos de corrupção e citações nas delações, curiosamente, escapam como peixes ensaboados das mãos do Judiciário, já discute a participação no futuro governo.) Mas, diante do panorama de absurdos de todos os lados, o brado 'Não vai ter golpe!' parece não dar conta da complexidade da situação."

(Texto "Crítica e Autocrítica" na íntegra: http://nao.usem.xyz/7gf0)

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Fábio Prikladnick, jornalista, sobre a tal radicalização/polarização política no país (e a dificuldade de 80% da população de pensar por conta própria, acrescentaria eu):

"Sei que você não pode perder nem um minuto porque daqui a pouco já vai sair uma reviravolta no noticiário, mas vamos arranjar um tempinho para ler sobre história, filosofia, ciência política. Vamos testar nossas certezas."

(Texto "Calma, gente!" na íntegra: http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/fabio-prikladnicki/noticia/2016/03/calma-gente-5202674.html)

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Raúl Castro, Presidente Cubano, respondendo a uma jornalista americana que o questionara sobre não-respeito aos Direitos Humanos (e, complementaria eu, fazendo ao mesmo tempo um mea culpa e um singelo ensaio sobre hipocrisia):

"Que país respeita todos os Direitos Humanos? Você sabe? Eu, sim... Nenhum!".

(https://www.youtube.com/watch?v=xdUH2uGpWQo )

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Eu, ao ver, surpreso, apresentadora de jornal da "grande mídia" tupiniquim citando quase com certa alegria o nome do presidente sírio Bashar al-Assad (quando normalmente ela e colegas costumam fechar o semblante e assumir um ar soturno ao se referir àquele ditador malvado, bobo, feio e chato) ao noticiar a libertação da cidade de Palmira pelo exército daquele país das mãos do Estado Islâmico:

"Caramba! Pra ver como são as coisas..."

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Eliane Brum, jornalista, sobre a o papel da imprensa nessa zoeira toda:

"... Ao mesmo tempo, com os sites dos jornais precisando ser abastecidos, há muita pressa. E é difícil fazer bom jornalismo com pressa. Assim, também podemos testemunhar jornais e noticiários de TV 'comprando', ou mesmo aderindo a versões, e apresentando-as como verdade. E, pior do que isso, apresentando-as como a verdade inteira. Acho que setores da imprensa brasileira terão que dar muitas explicações para a História sobre o seu papel na atual crise."

  (https://zerohora.atavist.com/em-pauta-zh)

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PS: Detalhe: alguns links levam a páginas onde se requer assinatura de jornal... então, se quiser MUITO lê-los na íntegra, talvez tenha que assinar a tal publicação - não é o que eu faço: simplesmente (ou não tão simplesmente assim) me prestei a transcrever das edições impressas que tinha em mãos mesmo... então, se quiser muito lê-las e não quiser assinar as tais publicações, posso também emprestar as matérias no papel (isto é, se já não foram pro lixo seco lá!...).

PS2: Ah, acho que essa notícia ("Notícias falsas são campeãs de compartilhamento na web") é pertinente também!: http://www.msn.com/pt-br/noticias/crise-politica/na-semana-do-impeachment-3-das-5-not%c3%adcias-mais-compartilhadas-no-facebook-s%c3%a3o-falsas/ar-BBrRgYh?li=AAggXC1&ocid=mailsignoutmd

PS3: E aí, deu pra sacar afinal se sou coxinha ou petralha??

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